quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011


O Brilho do amanhã

Sou a simples poesia do amanhã que soa bem de leve na vida de algumas pessoas, o vi ir embora sem deixar rastros em minha vida, o olhei querendo derramar algumas lágrimas do meu deposito, mas não queria demonstrar fraqueza então engoli seco. Naquele momento pensei em liberdade, mas também pensei em refúgio. Minha mãe por sua vez fez vexame é uma questão de mulher apaixonada, ela jamais iria querer que ele tivesse outra mulher ou que ele saísse de casa. É tudo uma questão de tempo, e a mais de dez anos tem sido assim só que agora sou independente e não choro mais por aquele homem que roubou meu coração, levou com ele as lembranças da minha infância e a minha felicidade, mas hoje ele entra na minha vida como se nada tivesse acontecido. Nunca tive um natal verdadeiro, mas lembro-me que aquele natal foi o pior dia da minha vida. Eu estava trabalhando com a minha melhor amiga Ju em uma loja de brinquedos, era o ano de 2006 de dezembro, nos sairmos de lá por volta das 18:30 hs, e minha mãe neste dia foi me buscar junto com o pai da Ju. Fomos direto para um mercado grande para comprarmos meu DvD e a Ju levou para a sua mãe um liquidificador dos bons, enquanto eu queria economizar o Maximo. Minha mãe estava com pressa, pois naquele dia ela iria pra casa da irmã dela junto com meu irmão casula, fiquei ali na fila do mercado tentando imaginar como seria meu natal, respirei fundo e deixei cair no esquecimento. Dali fomos para casa, me despedi da Ju e disse que passaria mais tarde para lhe desejar feliz natal. Quando fixei o olhar para a minha mãe, ela simplesmente me perguntou:

- não quer vir comigo?

Eu pensei e me imaginei cansada de um dia pra lá de exausto e neguei novamente. Ela me deu um beijo em meu rosto e se foi, eu corri para dentro da minha casa instalei rapidamente meu DvD e desci até meu banheiro para tomar uma ducha. Fui ver a minha avó e para o meu castigo na casa dela não teria natal apenas alguma comida para não passar batido, nada mais. Me troquei comi alguma coisa na minha avó e fui para a casa da Ju, apertei a campainha e como de costume o cachorro Boby dela foi quem me atendeu. Ela veio em seguida com um sorriso, mas não me convidou para entrar o que achei desfeita, mas talvez naquele momento pra ela o Natal não representasse nada também, fiquei um tanto sem graça, mas tentei ser natural, lhe dei um beijo no rosto e ela me disse:
-quer entrar?

Eu neguei, na verdade deixei meu orgulho falar mais alto:

- feliz natal Ju.

Ela fechou o portão e eu sai em direção para a casa da minha pastora, a rua estava fria, molhada pela chuva fina que caia sob ela e eu continuei caminhando sem guarda-chuva. Me senti sozinha, tive vontade de chorar de sumir. Entrei na casa da minha pastora, vi a família dela em peso sentados comemorando o natal, com mesa farta e luzes natalinas. Cumprimentei a todos e sumi dali, eu tive que sair. Caminhei de volta para a minha casa, e me encontrei novamente junto com a solidão, corri para o meu quarto, deitei-me na cama de casal da minha mãe e liguei a Tv e o aparelho de DvD coloquei meu filme favorito ‘ Doce Novembro’ e borrei minha maquiagem, deixando-me libertar com a janela do quarto fechada olhando para o nada e me questionando se valia a pena. Queria sumir, mais nada, desaparecer e me inundar de um mundo novo. Falei com Deus, mostrei minha revolta, e continuei por um bom tempo ali deitada chorando. Lembro-me de acordar no dia seguinte com a Tv ligada e com minha roupa toda amassada, me reergui da cama e abri a janela, estava um dia claro demais para mim, nunca fui a garota perfeita do garoto perfeito do colégio, nunca soube escolher uma roupa sem olhar para o espelho e aprovar quem refletia ali, sempre colocando defeitos em um corpo perfeito que Deus me deu.
Nunca sequer agradeci a minha mãe por me dar a vida, e sim reclamei varias vezes da minha fúria. Já fiz meu irmão casula dar um murro na janela da minha cozinha e quebrá-la com um soco, já irritei e já fui irritada. Já pulei da minha laje para salvar a minha boneca que estava jogada no telhado da minha avó e me ferrei toda, tenho cicatrizes, mas são pequenas. Já desejei ser uma atriz famosa, já fiz o teatro em minha vida, mas nada me fez parar, cheguei a me odiar por não ter as coisas que achava merecer. Sou a louca dos sonhos mais frustrantes, mas também me tornei sonhadora de um sono absolutamente real por mim. Tem pessoas que acreditam em mim, outras que desejam ter a minha vida, outras que me invejam, outras que me amam incondicionalmente. Já mandei uma professora pros inferno sem ela saber, já sai da sala dando uma de rebelde, mas sempre com as minhas convicções de menina. Uma fase inacabada é a minha onde acredito em amor eterno e vida após a morte, é estranho ouvir isso de uma evangélica, mas é real. Existem energias maiores que os serem Humanos, mas nunca desconfiei de Deus, pois nem quero a vida começa pelo sopro de Deus,  pois o homem não é nada sem ele. Não há existência na vida de uma pessoa se não há motivos para que ela sinta a vida fluir.
Nunca me achei a favorita de ninguém, mas sempre quis ser, essa é a minha descoberta meu ponto fraco. As tristes solidões nunca desaparecem, mas podemos disfarçar que não a sentimos.

Um comentário:

  1. Achei ótimo meu amor,
    são não achei certo uma coisa que você disse
    e vc sabe o que é!

    te amo!

    acredito em vc, como é que você disse?
    "incondicionalmente" é verdade...

    um enorme beijo no coração!

    te amo...

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